quinta-feira, 17 de julho de 2014

Memórias



Neste ano, acontece a Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa, cujo tema selecionado novamente foi “O lugar onde vivo”. Cada turma tem um determinado gênero textual a ser contemplado nessa proposta: 5º. E 6º. Ano – poesia; 7º. E 8º. Ano Memória literária; 9º. Ano Crônica. Assim, a proposta foi desenvolvida com as turmas do 7º. Ano, que tinham como objetivo entrevistar e escrever a memória de qualquer pessoa de mais idade, independente de ela ser pai, mãe, avô, tio, vizinho. A idéia da Olimpíada não é enaltecer ninguém, mas fazer os alunos refletirem acerca das mudanças sócio-histórico-políticas pelas quais todos nós passamos ao longo do tempo no lugar em que vivemos.

Lugar onde vivo

               Rainwald Trapp nasceu em Blumenau-SC e veio a Pomerode-SC  em 1942. Bastou ele começar a falar, que todas as imagens vieram a minha cabeça.
            Antigamente a cidade era tranqüila, havia poucos carros, poucas  casas e não eram muitos que falavam português.
            Estudou no Almirante Barroso desde a 4ª série, ele gostava de matemática, mas não gostava de português, pois o professor era muito rigoroso.
            Trabalhava na Porcelana Schmidt, e nas horas vagas trabalhava na roça. Nos finais de semana tocava numa bandinha que se chamava 1º de Maio: Seu Reinwald era responsável em combinar o valor dos shows e assinar os contratos. Célio César Kluge disse que já viu essa banda, falou também que todas as músicas de sucesso da época sempre estavam no repertório deles.
            Ele se casou com 21 anos e me contou emocionado que foi um dos dias mais felizes da sua vida.
            Mais emocionado ainda ficou ao falar da morte dos pais, ele disse que no começo foi chocante, mas estava com a consciência leve por ter se dado muito bem com os dois.
            Depois vieram mais emoções, falou do dia mais feliz de sua vida que foi quando ele comemorou o natal com os dois filhos, quando a mulher estava com a 3ª filha no hospital, e já ao final da entrevista ele me disse com o rosto cheio de lágrimas que apesar de todas as coisas ruins, sua vida valeu como duas, de tão boa!

Pedro Pegorini Kluge - 7° ano A

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