quinta-feira, 24 de maio de 2018

Um voo de estudos

   
Durante as aulas de ciências do 9º ano A da E. B. M. “Dr. Amadeu da Luz”, alguns meninos apresentaram um projeto de um foguete à classe. Basicamente, o projeto era fazer um foguete voar, e fazer com que ele atingisse determinada altura e distância em seu voo.
   João Pedro Tambosi se reuniu com alguns dos seus amigos, criaram e testaram esse foguete e apresentaram o projeto para o professor e para a turma. Todos ficaram impressionados com o que eles apresentaram. “Eu achei muito interessante e legal a ideia de fazer um foguete, até porque foram os meninos do 9º ano que fizeram e correram atrás do que precisou, e toda sala foi apoiando sempre e ajudando quando eles foram lançar. Eu achei muito legal também a participação do professor, que liberou algumas partes das aulas dele para lançarmos o foguete e medir o quanto ele foi e está avançando com o tempo. Enfim, tudo foi muito divertido.”, conta Julia Krüger, aluna do 9º ano.
   “A inspiração inicial veio em uma tarde comum de abril, enquanto pesquisava um pouco mais a respeito da MoBFog (Mostra Brasileira de Foguetes). Depois de trocar uma boa ideia com o professor Marcos Wegher, apresentando as ideias, dificuldades e propostas, decidimos eu e alguns amigos começar a elaboração do foguete. Obviamente esse não foi, e não está sendo, um processo fácil – muito menos barato! A base de lançamento foi a primeira preocupação: comprar o material, montar toda a estrutura, transportar e fazer os testes e ajustes. Esse último, por sua vez, é uma parte bastante trabalhosa, pois exige bastante tempo e espaço. Esse foi um dos fatores que atrasaram a construção do projeto, pois tínhamos que fazer os testes durante as poucas aulas permitidas, fazer os ajustes – na maioria das vezes em casa mesmo – e testar novamente. Esse é um ciclo bastante cansativo. Mas, claro, estamos aprendendo e praticando um hobby muito divertido, por isso ainda não paramos.”, relatou João, o idealizador do projeto.

   Não pensem que criar esse foguete foi algo fácil de se fazer, exigiu muito esforço e dedicação. João contou um pouco sobre suas pesquisas, das ajudas que recebeu, e como foi o início de tudo. “O foguete em si foi uma das partes mais estressantes de se projetar. Foi necessária muita pesquisa e ajudas externas para encontrar o modelo ideal. Utilizamos, para desenvolver os croquis, o programa “OpenRocket”, que apesar de ser um programa iniciante, foi bastante produtivo. Ele, entretanto, não faz tudo. Cálculos de pressão ideal, velocidade inicial, centro de pressão, centro de massa, equilíbrio e angulação foram todos feitos por nós (com o auxílio do professor regente do projeto).”
   A construção exigiu muitas pesquisas e muito estudo, para nada dar errado. Os materiais não são difíceis de encontrar, e alguns, são até reutilizados. “O modelo atual é feito com uma garrafa pet e aletas e coifa de plástico de pasta escolar, tudo preso com bastante fita. Tentamos inclusive utilizar um foguete de duas garrafas, todavia o excessivo peso necessário para manter a estabilidade no voo, combinada com a insuficiência de pressão e combustível, corroboraram para a escolha de um foguete de apenas uma garrafa”, nos contou João.
   Os voos requerem muita atenção e cuidado, porque qualquer mínima falha, pode fazer com que o voo dê errado. “A ejeção do projétil é feita a base de pressão (bomba de encher pneu) e água, em um movimento oblíquo. Tentamos também a base da reação entre ácido acético e bicarbonato de sódio, porém exigiria uma estruturação diferente da base de lançamento. O lançamento demonstra explicitamente a terceira Lei de Newton: “Para toda ação há uma reação de mesma intensidade, mesma direção e em sentidos opostos”; e o Princípio Fundamental da Dinâmica”, diz João.
   O foguete ainda não está completamente pronto, toda semana são feitos ajustes para melhorar mais e mais o foguete, e após os ajustes, sempre é feito um voo para ver o que ainda precisa ser melhorado. “Achei muito importante para o desenvolvimento do conhecimento e aplicação dos conhecimentos científicos da turma. Já tivemos diversos projetos, mas nenhum que tivesse uma participação tão ativa da turma toda, que vibra muito com cada lançamento do foguete. Me orgulha ver o interesse e integração nesse projeto”, conta o professor Marcos Vinicius Wegher.
 
 “Os testes apresentavam muitos vazamentos e milimétricas falhas que, em um projeto onde a vedação deve ser perfeita, comprometem a performance e o alcance e, como subsequente, os lançamentos não passavam de 25 metros. Mas, na última mudança que fizemos no projeto, a nossa recompensa pelo esforço: 85 metros de distância. E esse é só o começo!”, finaliza João.

Stefani Luana Siewerdt, 9º ano A

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